03/12/08

OS POETAS DAS "QUINTAS"/ RUI REININHO

PENA DE MORTE

Que pena as árvores morrerem de pé
Que pena ser massa comida às colheres

Que pena o meu humor ser negro
Que pena ser mouro ter só quatro mulheres

Que pena este grito não chegar a Marte
Que pena pequena a pena de morte

Que pena a tinta não ser permanente
(Que penas que tinhas índia à minha frente)

Que pena a maçã já não ser pecado
Que pena a bomba ter rebentado

A pena que eu tenho deu-te sorte

A pena pequena é pena de morte

Que pena este grito não chegar a Marte

(Rui Reininho, in "líricas come on & anas)

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