NEM TANTO AO MAR
Amo o mar
porque não tem fim
e os vagabundos que não têm pilim
Mas pelo meio das formas
e das aparências sem fundo
parecendo que amo o mundo
amo-me sobretudo a mim
Talvez venha a querer ao mar
ou vagamente a um vagabundo
talvez os ame no fundo
Mas no rodar infindo
daquilo que não tem fim
quero-me principalmente a mim
Ao resto das formas
e das aparências do mundo
amo só assim-assim
(João Habitualmente, in "Os Animais Antigos")
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