30/09/10

Outras notícias de hoje







Por ordem, de cima para baixo: jornal DESTAK, Jornal i e jornal Público.
Notícias publicadas hoje, dia 30 de Setembro de 2010.

Na Revista Sábado de hoje



Para ler por favor clicar sobre as imagens.
Revista Sábado de hoje, 30 de Setembro de 2010.

NA RUA DAS ESTRELAS, COMO HABITUALMENTE

ESTAS ESTRELAS VÃO BRILHAR HOJE PARA UMA PLATEIA A REBENTAR PELAS COSTURAS:

José Tolentino Mendonça

Joana Carvalho

Susana Menezes

Paulo Campos dos Reis

Tomás Cunha Ferreira

Victor Hugo Pontes

Hélder Seabra

André Louro

João Lima

Edgar Pêra

Samuel Ùria

28/09/10

UMA SESSÃO IMPERDÍVEL COM JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA

Fragmento do Livro da Sabedoria


A tua seta atirada ao alvo

fende o céu

e este logo se une


Poeira levada pelo vento

espuma dispersa pela tempestade

lembrança do viajante

que se demora apenas um dia


tudo é sombra que passa


(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

27/09/10

Notícias



De cima para baixo: notícia do Jornal Expresso (revista ATUAL / sessão A Não Perder) e semanário Grande Porto, publicadas dia 25 de Setembro de 2010.

24/09/10

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA NAS "QUINTAS"

Relatório de bens

Esta é a oferta:
prata e cobre, e linho fino,
e peles de carneiro tingidas de vermelho,
e peles de texugo,
um cordão de trinta côvados
e madeira preciosa

Na dobra escondida do mar
uma campainha
de ouro

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

23/09/10

JÁ SÓ FALTA UMA SEMANA


Mais um poema de Tolentino Mendonça para lhes abrir o apetite para a sessão da próxima quinta-feira, dia 30 de Setembro.

I Know Where the Summer Goes

A cortina de areia invade o pátio
os elementos tingem o mar de uma cor encardida
que em rigor não lhe pertence
quando voltarmos à enseada
uma impressão contraditória
não nos larga
em cada plano, cada frase, cada pose

Somos sem saber os derradeiros
representantes de uma estirpe

Depois disso
não se morre nem se permanece vivo

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

Fotografia: José Tolentino Mendonça por Pat

Uma fábula de José Tolentino Mendonça

Fábula

Os animais interrompem sua marcha
julgam ouvir de repente um sino
debaixo d'água
por isso se estendem

muito longe, em auroras e ermos
quando os cremos ao nosso alcance
a atenção deles perfura
a fábula intransponível

nesse momento não vêem
dir-se-ia que nem adivinham
o fuzil de caça
os teus dedos azuis

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/ Assírio & Alvim)

21/09/10

A MÚSICA DAS "QUINTAS"


A música é uma componente importante e sempre presente nas sessões das "Quintas".

Lembramos hoje o que ainda pode ver e ouvir até ao fim do ano:

Dia 30 de Setembro (poeta convidado: José Tolentino Mendonça)
Louro & Lima
Samuel Úria

Dia 28 de Outubro (poeta convidado: Sérgio Godinho)
Sérgio Godinho
Ensemble Vocal Pro Musica

Dia 25 de Novembro
(poeta convidado: João Habitualmente)
António Olaio & João Taborda
Vissi d' Arte (Mónica Lacerda Pais/Francisco Reis/Melissa Fontoura)

Contamos com a sua presença nestes momentos únicos e irrepetíveis.

(Fotografia: Samuel Úria nas Quintas de Leitura por Pat)

Jornal OJE


Jornal OJE - 21 de Setembro de 2010.

20/09/10

José Tolentino Mendonça nas "Quintas de Leitura"

Travessia

Os nossos dedos são cândidos
com brilhos impressos
e um tempo absorvido dos dois lados
Nos sinos, nos guizos, nas harpas
procuramos sem nenhuma restrição
o fogo e o gelo
a iluminação de um ramo dourado

Há um instante em que as nossas vozes
se fundem e destacam
reluzentes sobre a vida perpétua

Atravessamos a noite com uma vontade irreprimível
de cantar

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/ Assírio & Alvim)

17/09/10

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA, O VIAJANTE SEM SONO

Bicicletas

Por muito tempo amarei casas que existam apenas
para guardar uma bicicleta ou os remos de um bote
As casas interessantes não têm pretensão nenhuma
Estão perto de nós na hora necessária
mas a qualquer momento
com mais clareza
afastam-se das certezas que perdemos
e da imensidão que se avista de lá

Um velho provérbio diz:
Se deres um passo atrás, talvez te coloques a tempo
de uma estação clemente

15/09/10

A POESIA DE JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA

Versões do mundo

Se tiveres de escolher um reino
escolhe o relento
a noite tem a brancura do alabastro
ou mais extraordinária ainda

Ao que vem depois de ti
cede o instante
sem pronunciar
seu nome

(José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

13/09/10

A POESIA DE JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA


De Profundis

Faltam aos planos das cidades
esfinges aladas
palmas fora de tempo, matagais
pequenos acrescentos a vermelho

Faltam atlas com algum detalhe
para as emissões nocturnas
nos agudos da nossa incerteza
falta uma beleza
a olhar por nós
indiscernível, entreaberta ainda

Talvez a nós próprios falte
essa grande medida
insondáveis cordas na travessia
uma juventude que o mundo possa
documentar

os teus olhos são o que resta
dos livros sagrados
e da grande pintura perdida

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O Viajante Sem Sono"/ Assírio & Alvim)

(fotografia : José Tolentino Mendonça - Antologia poética das Quintas de Leitura - Diga 33 - por Pat)

09/09/10

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA NAS "QUINTAS DE LEITURA"

Para ler aos Noviços

Deus não aparece no poema
apenas escutamos a sua voz de cinza
e assistimos sem compreender
a escuras perícias

A vida reclama inventários e detalhes
não a oiças
quando inutilmente perscruta as sequências
do seu trânsito

Só há um modo verdadeiro de rezar:
estende o teu corpo ao longo do barco
que desce silencioso o canal
e deixa que as folhas dos bosques
te cubram

(poema de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

07/09/10

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA NAS "QUINTAS DE LEITURA"

Publicamos, a partir de hoje, alguns dos poemas de José Tolentino Mendonça que serão lidos na sessão "O Viajante sem Sono", anunciada para o próximo dia 30 de Setembro no Café-Teatro do TCA.

O vento

Quando vieres mergulhar teu balde
talvez ainda possas ver
flores vermelhas e frisadas,
gansos e ratos silvestres
que respiram a teu lado
o infinito alcance
Talvez ao cair da noite vejas
o topo do pinheiro de resina derrubado
mais além
o animal ferido que se esconde

E pelas fagulhas da luz reconheças então o vento
vagaroso sobre o gelo
movendo-se para apagar o teu próprio trilho


Suite

Talvez o que mais intensamente buscamos
o larguemos em seguida
num alheamento maior do que é habitual
o amor, o fio de aço, a curva sussurrante
que não conseguimos

Poisamos furtivamente
no rebordo de outros mundos
em comovente descoberta
com milhões de pontos de fino bordado
que se movem e resvalam
indiferentes à crueldade

(poemas de José Tolentino Mendonça, in "O viajante sem sono"/Assírio & Alvim)

06/09/10

José Tolentino Mendonça e Samuel Úria

no regresso das Quintas de Leitura

Sérgio Godinho vem logo a seguir


As "Quintas de Leitura", ciclo poético organizado pela Câmara Municipal do Porto, através da Fundação Ciência e Desenvolvimento, regressam no próximo dia 30 de Setembro, às 22h00, no seu palco habitual: o Teatro do Campo Alegre.

O regresso, em Setembro, promete uma sessão plena de poesia e música, construída em torno do livro "O Viajante Sem Sono" de José Tolentino Mendonça, o nosso Poeta convidado. Samuel Úria, um dos seus amigos, junta-se à festa com as recentes canções do seu disco "Nem Lhe Tocava", num concerto a solo intimista quanto baste.

Em Outubro, dia 28, em estreia absoluta neste ciclo poético, estará Sérgio Godinho à conversa com Anabela Mota Ribeiro sobre o seu mais recente livro de poemas – “O Sangue Por Um Fio”. Também em Outubro, de 21 a 23, o muito aclamado no ciclo Pedro Tochas propõe um desafio exclusivo para rir de forma saudável - “Experiência Teste”-, definido pelo próprio: “entre o bom e o mau, o bonito e o feio, tudo pode acontecer”.

Em Novembro, dia 25, o lançamento do ano da colecção Cadernos do Campo Alegre, é motivo para uma sessão de “Quintas” de entrada livre. Publica-se o livro “De Minha Máquina Com Teu Corpo”, de João Habitualmente, pretexto para leituras, muita música e a escaldante performance “Nu Integral” que fará subir a temperatura da sala.

Para cada momento poético as “Quintas de Leitura” reservam as melhores performances nas diferentes áreas de expressão artística (imagem, música, dança) como sempre tem sido feito desde o arranque do ciclo pela mão de João Gesta, em Janeiro de 2002.

Voltando ao espectáculo de dia 28 de Setembro“O Viajante Sem Sono” -, para o qual os bilhetes já estão à venda desde Julho, muito há ainda a dizer. As leituras da Palavra de Tolentino estarão a cargo de Joana Carvalho, Susana Menezes e Paulo Campos dos Reis.

A imagem desta sessão, inspirada no universo do Poeta, é assinada pelo artista plástico Tomás Cunha Ferreira.

Estreia nas "Quintas" da bem sucedida firma Louro & Lima. André Louro e João Lima cruzam as artes distintas do piano e da guitarra portuguesa, instrumentos de tradições e sonoridades diversas que raramente se misturam, para a criação de uma identidade musical única e original. O vídeo de Edgar Pêra enriquece este momento esquisito.

O habitual momento de performance será assegurado pelo "repetente" Victor Hugo Pontes. Apresentará, na companhia de Helder Seabra, um fragmento da peça "Rendez-vous".

Como já foi dito, fecha a noite o "diabolicamente talentoso" Samuel Úria. Oportunidade para conhecer o que de melhor aconteceu na música popular portuguesa nos últimos dez anos.

“O Viajante Sem Sono” será uma noite assim: cruzamentos improváveis, momentos irrepetíveis, "uma flor mágica ainda a tempo de ser colhida". Só Deus sabe como e quando terminará.

Não falte. Bilhetes a pensar na crise: 9,00 Euros e 6,00 Euros (c/ descontos habituais).

«Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui"»