29/06/10

Mais uma sessão de “Quintas de Leitura” antes das férias

Fotografia de Renato Roque

Daniel Maia-Pinto Rodrigues

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, uma das vozes mais importantes e singulares da poesia portuguesa dos anos 80, é o Poeta convidado da última sessão antes de férias das "Quintas de Leitura", ciclo poético promovido desde 2001 pela Câmara Municipal do Porto através da Fundação Ciência e Desenvolvimento.

A sessão, intitulada "O Texto a Meia Distância", realiza-se no dia 15 de Julho, às 22h00, no Auditório do TCA.

Esta é a 5ª presença do Poeta neste ciclo, onde comemorou, em 2009, os seus 30 anos de acção poética (sessão "O Acervo da Quietude").

A sessão propõe-se percorrer toda a obra de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, através das vozes de Pedro Lamares, Teresa Coutinho, Margarida Carvalho e da do próprio Poeta. Textos sobre a infância, textos de sublime humor, passando por um fragmento do seu último livro - "A Casa da Meia Distância" /Mariposa Azual (2010) -, farão parte do rol de leituras da sessão.

A fotografia de Renato Roque cruza-se com o imaginário do Poeta e outros convidados participarão na festa, reforçando o carácter multidisciplinar e único deste ciclo poético.

Sentidos bem apurados para ver e saborear a presença do coreógrafo e bailarino Luís Guerra de Laocoi. Apresentará, em estreia universal, a peça "Três interlúdios e o galope do nariz". Agarrem o universo da peça:

«Khozrev-Mizra (para si próprio) - Não consigo ver nada. É totalmente incompreensível porque razão andaria um nariz a passear-se pelo Jardim de Verão. Que fenómeno invulgar. Assombroso. Um truque muito, muito estranho da Natureza. Um truque extremamente estranho da Natureza. (para os Eunucos) - Vamos para casa.»

O Ensemble MinneSang estreia-se nas "Quintas" e mistura-se nas leituras. Presença de Ana Celeste Ferreira (soprano), Pedro Correia (guitarra clássica) e Nuno Jacinto (violino). Tempo para ouvir Janis Joplin e outras surpresas.

Por fim, duas feras musicais à solta. Sem rede. Concerto de "Osso Vaidoso", o novo projecto de Ana Deus (voz) e Alexandre Soares (guitarra). Tempo para revisitar alguns temas dos "Três tristes tigres". Trinta minutos de pura magia.

Junte-se a nós. Vá de férias com a alma cheia de boa poesia. Nós ajudámo-lo a esquecer a crise.


O meu avô acreditava em cinco coisas.

Eu só acredito em duas.

(poema de Daniel Maia-Pinto Rodrigues)



Nota: Espectáculo para maiores de 16 anos.

O Teatro do Campo Alegre encerra em Agosto. Bilhetes a 9 euros (normal) e 6,50 euros (com os descontos normais).

21/06/10

Mais imagens da sessão Isaquetamente

Isaque Ferreira




Né Barros


Teresa Coutinho, Isaque Ferreira, Paulo Campos dos Reis e Margarida Carvalho

Paulo Campos dos Reis e Margarida Carvalho

Rui Lima



Isaque Ferreira e Rui Lima

Teresa Coutinho, Margarida Carvalho e Paulo Campos dos Reis



Natasha Semmynova

Notícias do Isaquetamente

Jornal Público - roteiro



Jornal Público


Jornal de Notícias

Notícias publicadas no dia da sessão, 17 de Junho de 2010.

ISAQUETAMENTE em fotografias


captadas por Sara Moutinho
na última sessão do ciclo Quintas de Leitura.


Isaque Ferreira



Dança
Né Barros - Coreografia e interpretação
João Martinho Moura (engageLab, Universidade do Minho) - Arte Digital


Paulo Campos dos Reis - Leituras

Margarida Carvalho - Leituras

Teresa Coutinho, Isaque Ferreira, Paulo Campos dos Reis e Margarida Carvalho - Leituras


Isaque Ferreira e Rui Lima


Rui Lima - Performance musical

Teresa Coutinho - Leituras


Natasha Semmynova - Drag Queen Performance

Isaque Ferreira




Sean Riley & The Slowriders - Concerto
Sean Riley - voz e guitarra
Filipe Costa - teclados, voz, harmónica
bruno simões - baixo e melódica
Filipe Rocha- Bateria e Voz

16/06/10

AS ESCOLHAS POÉTICAS DE ISAQUE FERREIRA

Meteorológica

Deus não me deu
um namorado
deu-me
o martírio branco
de não o ter

Vi namorados
possíveis
foram bois
foram porcos
e eu palácios
e pérolas

Não me queres
nunca me quiseste
(porquê, meu Deus?)

A vida
é livro
e o livro
não é livre

Choro
chove
mas isto é
Verlaine

Ou:
um dia
tão bonito
e eu
não fornico

(poema de Adília Lopes)

15/06/10

AS ESCOLHAS POÉTICAS DE ISAQUE FERREIRA

Um dos poemas que será lido na sessão:

quando eu partir apanhado de surpresa
como se tolhido por um dislate dito
vão fazer o quê com os meus livros?
com o problema inesperado do peso?
com o teu modo peculiar de olhar-me?
com a minha aptidão para o silêncio?
(a minha biblioteca é indivisível)

quando eu estiver como um retrato
acelerado ao longo de uma recta
vão desiquilibrar os meus cristais?
representar um luto muito preto?
respeitar a distância que mantinha?
quando eu partir apanhado de surpresa
para a viagem que jamais descarrila

(poema de José Sebag)

14/06/10

AS ESCOLHAS POÉTICAS DE ISAQUE FERREIRA

Apenas um cheirinho do que vai ser lido no recital do próximo dia 17 de Junho.

Herberto Helder, para começar:

Uma negra californiana, prevendo a morte próxima do seu cão, quis adquirir uma concessão perpétua num cemitério canino. O concessionário devolveu-lhe o pedido com a seguinte nota: «Os cães cujos proprietários são negros devem ser inumados em cemitérios para cães negros.»
Jornal de Notícias. 13 de Junho de 2010.

07/06/10

“ISAQUETAMENTE”



uma Quinta de Leitura

O ciclo poético “Quintas de Leitura” do Teatro do Campo Alegre, organizado pela Câmara Municipal do Porto, através da Fundação Ciência e Desenvolvimento, propõe para este mês um espectáculo diferente, baseado nas escolhas poéticas de Isaque Ferreira, um dos recitadores mais aclamados no decorrer dos 9 anos de existência deste ciclo.

“Isaquetamente”- nome dado ao recital – está agendado para 17 de Junho, às 22h00, no grande auditório do TCA, com um alinhamento fértil em momentos inusitados.

Isaque Ferreira escolheu textos de Luiz Pacheco, Herberto Helder, José Sebag, Nuno Brito, Mário Cesariny e António José Forte, entre outros, e será acompanhado nas leituras por Teresa Coutinho, Margarida Carvalho e Paulo Campos dos Reis. O recital começa com um incisivo manifesto do Poeta argentino Aldo Pellegrini onde se define a Poesia como tudo aquilo que fecha a porta aos imbecis e a abre de par em par aos inocentes. Segundo Pellegrini, a Poesia só pretende cumprir uma tarefa: que este mundo não seja habitável só para os imbecil.

Em ligação com textos e leituras poder-se-á ver ao vivo e a cores a pintura do artista plástico Mário Vitória, expressa em quatro trabalhos de grande dimensão que depois do palco transitarão para o foyer deste teatro.

Pretexto ainda para a participação especial de Rui Lima (música), de Natasha Semmynova (Drag Queen performance) e de Né Barros (dança) que convida João Martinho Moura (arte digital/engageLab, UMinho).

Fecha a noite uma das bandas mais inspiradas do panorama musical português - Sean Riley & The Slowriders, num imperdível concerto (quase) acústico.

Há noites assim: lucipotentes.

Espectáculo para maiores de 16 anos.