«Naquele tempo só havia a quarta classe.»
Trabalha desde os doze e está com sessenta
e sete. Já foi trolha, motorista, sapateiro.
Na verdade, só tem medo das alturas.
Certo dia preparou a cabeça para poder
andar à roda. E partiu para o Luxemburgo.
«Há terras que a gente nem imagina que existem.»
Regressava quase sempre pela festa de S. Lázaro,
o presente e o passado a uma estrada de distância.
Com os anos percebeu uma coisa curiosa:
«os rapazes que ficaram queriam ter a minha vida
e eu queria ter a vida dos rapazes que ficaram».
(Vítor Nogueira, in "Comércio Tradicional"/Averno)
Sem comentários:
Enviar um comentário