09/04/09

CAROS CIDADÃOS

Passa da meia-noite, claro. Chegámos
ao lugar dos amigos anónimos, sozinhos
em ruas apinhadas de gente. Fazemos
todos parte da mesma estatística.

Há bairros inteiros que se esvaziam
na hora de a solidão sair à rua,
escudos humanos estabelecendo uma aliança
condigna, sem depender de ninguém.

Caros cidadãos, o tempo escasseia
e os erros são comuns hoje em dia.
Convencido da nossa inocência, custa-me a crer
que todo o mal que fizemos já tenha sido feito.

(Vítor Nogueira, in "Bagagem de Mão"/&etc)

Sem comentários: