Obrigado por continuarem a mostrar interesse pelos nossos devaneios poéticos.
Este poema é para todos aqueles que se continuam a emocionar com as "Quintas de Leitura":
cabelos amarrados quentes que se desamarram,
oh quero-te em volta de luz batida,
em língua máxima,
a floração devora as varas,
o ar que se empolga devora-te a obra mulheril,
uns palmos de sangue até à boca sôfrega,
e depois desmanchas-te
*
sou eu que te abro pela boca,
boca com boca,
metido em ti o sôpro até raiar-te a cara,
até que o meu soluço obscuro te cruze toda,
amo-te como se aprendesse desde não sei que morte,
ainda que doa o mundo,
a alegria
(Herberto Helder, in "A Faca Não Corta o Fogo"/ Assírio & Alvim)
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