31/10/08

ADÍLIA LOPES

Mais um desconcertante poema de Adília Lopes, poeta pop e nem por isso:

D. Sebastião e Mariana Alcoforado

A minha prisão
está cheia
de nevoeiro

O meu convento
está cheio
de vento

No nevoeiro
não tenho
paradeiro

No vento
não tenho
contento

Passo os dias
com as minhas tias

Eu também

Estou farto
do meu parto

Estou farta
de Esparta

Um bispo
não resolve isto

(in "Obra", Mariposa Azual)

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