10/01/08

O PACHECO

Foto: capa da revista "Ler" (1995)

Morreu Luiz Pacheco. Deixou-nos algumas das mais belas e brilhantes páginas da literatura portuguesa do século XX. Refiro, entre muitas, os livros "Comunidade", "Exercícios de Estilo" e "O libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor".
São, insisto, leituras imperdíveis.
No próximo dia 27 de Março, integrado no recital de poesia "Um instantinho de beleza", Isaque Ferreira lerá um notável texto de Luiz Pacheco intitulado "O que é o neo-abjeccionismo".
Saliente-se que esta iniciativa foi programada muitos meses antes da morte de Luiz Pacheco e insere-se na regular acção poética do ciclo "Quintas de Leitura".

Sobre Luiz Pacheco, em jeito de homenagem, reproduzimos na íntegra, um texto do poeta A. Pedro Ribeiro:

"Evocar Luiz Pacheco é dizer não à vidinha deprimente de todos os dias que faz vencidos, vendidos e convertidos ao império do tédio, do dinheiro, do consumo e do mercado. Evocar Luiz Pacheco é denunciar as capelinhas e as honrarias literárias. É celebrar a liberdade, o espírito livre, que se coloca à margem, que caga nos políticos postiços, nos moralistas de esquerda e de direita. É dizer que é possível dizer não à norma e às convenções, à merda instituída através da via libertina e libertária de Sade ou de Henry Miller. É acreditar que a provocação e a subverção constantes revelam o homem autêntico, generoso, puro. É celebrar o grande escritor, a literatura que se confunde com a vida. É dizer que a vida não é a vidinha, que há espaço dentro do homem onde a liberdade é livre."

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