Sobre ela escreveu Eduardo Lourenço:
«Ela era uma espécie de concha de silêncios, onde se reflectiam todas as dores e alegrias do mundo. É mais célebre do que verdadeiramente conhecida, como é costume em Portugal, onde só acordamos com os mortos nos braços.»
Do seu livro “Obra Breve”, lembramos o poema
Viver na beira-mar
Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.
«Ela era uma espécie de concha de silêncios, onde se reflectiam todas as dores e alegrias do mundo. É mais célebre do que verdadeiramente conhecida, como é costume em Portugal, onde só acordamos com os mortos nos braços.»
Do seu livro “Obra Breve”, lembramos o poema
Viver na beira-mar
Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.
5 comentários:
Já era tempo...
A divulgar, a divulgar!
Pois Margarida - mais vale tarde do que nunca...
e que boa escolha, a do poema.
mas de que estou eu a falar: de boas escolhas dos poemas de Pais Brandão? qualquer um seria a melhor escolha. e o mérito é só ela quem o tem (por ter escrito as palavras que escreveu).
(e tenho pena de não conhecer mais.)
muito boa escolha, a do poema.
mas que raio estou eu a dizer: boa escolha a do poema? acredito que se fosse um outro qualquer poema da mesma autora valeria o mesmo, por cada poema ser o que é e não pela escolhe que fazemos sobre eles. viva ou morta*.
forse in italiano
vivere "ammare"
Mai il mare fu così avido
Quanto la mia bocca. Ero io
a berlo. Quando il mare
Sparisce all'orizzonte,e la sabbia rovente
Cede alla sua fine sotto quelle passate,
e all'ultimo il caos si armonizzava
con l'ordine io
avevo convulsamente
e a tratti così calma bevuto il mare
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