22/01/07

MORREU FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO


Sobre ela escreveu Eduardo Lourenço:
«Ela era uma espécie de concha de silêncios, onde se reflectiam todas as dores e alegrias do mundo. É mais célebre do que verdadeiramente conhecida, como é costume em Portugal, onde só acordamos com os mortos nos braços.»

Do seu livro “Obra Breve”, lembramos o poema

Viver na beira-mar

Nunca o mar foi tão ávido
quanto a minha boca. Era eu
quem o bebia. Quando o mar
no horizonte desaparecia e a areia férvida
não tinha fim sob as passadas,
e o caos se harmonizava enfim
com a ordem, eu
havia convulsamente
e tão serena bebido o mar.

5 comentários:

Margarida disse...

Já era tempo...
A divulgar, a divulgar!

Patrícia Campos disse...

Pois Margarida - mais vale tarde do que nunca...

Bruno Ministro disse...

e que boa escolha, a do poema.
mas de que estou eu a falar: de boas escolhas dos poemas de Pais Brandão? qualquer um seria a melhor escolha. e o mérito é só ela quem o tem (por ter escrito as palavras que escreveu).

(e tenho pena de não conhecer mais.)

Bruno Ministro disse...

muito boa escolha, a do poema.
mas que raio estou eu a dizer: boa escolha a do poema? acredito que se fosse um outro qualquer poema da mesma autora valeria o mesmo, por cada poema ser o que é e não pela escolhe que fazemos sobre eles. viva ou morta*.

saxwell disse...

forse in italiano

vivere "ammare"

Mai il mare fu così avido

Quanto la mia bocca. Ero io

a berlo. Quando il mare

Sparisce all'orizzonte,e la sabbia rovente

Cede alla sua fine sotto quelle passate,

e all'ultimo il caos si armonizzava

con l'ordine io

avevo convulsamente

e a tratti così calma bevuto il mare