26/09/12

um poema de João Luís Barreto Guimarães dedicado a Pedro Mexia


Pão quente


Escravo do que aparece escrevo
porque acontece (a doença da poesia:
não desejo poesia a ninguém). O que
revelas à folha ao comprar uma caneta?
Algo assim como «metáfora
resiste à metonímia» ou
«virá o dia em que o simples falar
será poesia»? Este
(com licença)
poema é uma das possibilidades:
a poesia está nas coisas
(pão quente)
destapa-a.

(João Luís Barreto Guimarães)


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