UMA TORRE EM VÃO
Eu vou muito suave nesta obra dos sóis
com o forno dos passos e a uretra
desmantelar a engonha dos salineiros
e a contabilidade do tacto.
De empreitada, arremessar-me fúria toira.
Eu vou muito deitado nesta voz roxa
que solta em pontilha então esbagaçe a pilha
das divisas e este tráfego do progresso
com a maleabilidade de um tira-olhos.
Pegar no soldo deste sismo e levar a impressão dos afagos.
Eu vou muito calmo neste corpo
que tu dizes ser melhor que a minha
cabeça porque um tu sentes e a outra
hás-de tomar, eu vou num grande andar.
(poema de Nuno Moura)
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