23/10/09
JOÃO RIOS
A LEI DA EVIDÊNCIA
Você vai a lisboa e não pensa
você vem de lisboa e não estuda
você passa a vida e não lembra
que só a morte o chumba
x - x
IMPRÓPRIOS BURGUESES
Os deste burgo às vezes impróprios burgueses
declaram inquisição ao queque embebedam o polvo
amnistiam o feijão frade
assediam em oratória de canino dourado
o romantismo subalimentado da pequena
do Serafim um seu humilde criado
puro-sague latino que sem pundonor
eleva em belicismo de bagaço
o arroto à condição de colunável
x - x
BIG BANG
Pede café e os últimos crimes bem sucedidos
um valete de viciado tamanho ergue a prata
do punhal e
e perseguem a solidão no friso nocturno da cidade
enquanto um buda de reputada faiança converte
umas suecas
e às tantas big bang um enforcado decide doar a corda
aos comissários mais capazes do paraíso
porque cândidos só os anjos e a alma não seca
por alcançar o céu
(poemas de João Rios. Fotografia de Sara Moutinho)
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