Fotografias de Sara Moutinho
Uma noite em cheio a valer
por três
De regresso à sala que as
viu nascer, o café-teatro, as “Quintas de Leitura”, ciclo poético do Teatro do
Campo Alegre, promovido pela Câmara Municipal do Porto, através da Fundação
Ciência e Desenvolvimento, apresentaram na passada noite de 25 de Outubro de 2012, a
sua 135ª sessão.
O espetáculo, intitulado
“As borboletas não dormem a sesta”, inspirou-se num pensamento quase normal do
agitador e escritor vanguardista Ramón Gómez da la Serna. E a sessão,
completamente esgotada foi uma noite especial, rara, imperdível e irrepetível,
construída em três momentos.
O primeiro levou ao palco
do café-teatro Adolfo Luxúria Canibal que disse, como só ele o sabe e pode
fazer, dois poemas de Mário Cesariny e dois estilhaços de sua própria autoria.
Adolfo esteve acompanhado pelos músicos António Rafael (piano, teclados,
programações), Henrique Fernandes (contrabaixo) e Jorge Coelho (guitarra
elétrica).
O segundo momento foi a
estreia absoluta nas “Quintas” do virtuoso guitarrista Pedro Jóia. Foram cerca
de 20 minutos de guitarra clássica com sonoridades mágicas que atravessaram
composições de Carlos Gardel e fados tradicionais portugueses.
Ficou para o fim do serão
o recital-concerto do coletivo poético “Peixe Graúdo”, constituído pelas vozes
de Ana Celeste Ferreira, Marta Bernardes e Teresa Coutinho e pelo piano de
Ricardo Caló. Poemas e melodias de sempre, ditos e cantados num registo cheio
de humor e quase provocatório.
Sobre esta atuação, João
Gesta, o programador do ciclo, esclarece: “Foi uma intervenção de elevado teor
patriótico, com bolinha vermelha ao canto da alma, só aconselhável a
contribuintes com sólida formação estomacal”.
O “Peixe Graúdo” contou
ainda com a participação especial de dois reforços de Outono: Tiago Beat (beatbox)
e Ianina Khmelik (violino).
Sem comentários:
Enviar um comentário